tag:blogger.com,1999:blog-26028532931771240.post5302020830091201984..comments2024-01-07T08:11:48.409-08:00Comments on Tempos Safados: “Todo mundo odeia o White”: ficção na narrativa históricaMunís Pedrohttp://www.blogger.com/profile/03285772013464968120noreply@blogger.comBlogger5125tag:blogger.com,1999:blog-26028532931771240.post-69305337695134345902017-05-19T10:21:59.280-07:002017-05-19T10:21:59.280-07:00Como faço pra citar você na minha pesquisa? Como é...Como faço pra citar você na minha pesquisa? Como é seu nome completo? Anonymoushttps://www.blogger.com/profile/08117151293907923753noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-26028532931771240.post-44668586540983230972015-08-05T18:45:14.596-07:002015-08-05T18:45:14.596-07:00hayden white é um romancista fracassado que não ac...hayden white é um romancista fracassado que não aceita a existência da realidade. Como levá-lo a sério?Anonymousnoreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-26028532931771240.post-91410804327601299582013-04-01T08:23:18.608-07:002013-04-01T08:23:18.608-07:00Olá, André.
Agradeço sua intervenção aqui aliment...Olá, André.<br /><br />Agradeço sua intervenção aqui alimentando o debate. Eu escrevi esse post há algum tempo, desde lá mudei algumas impressões sobre White. Isso me parece importante sobretudo para clarear sua primeira questão que foi extraída de um trecho em que faço um comentário pessoal. Creio que esta seja uma leitura (de valor) possível a partir de White, uma leitura "anárquica", mas não necessariamente anarquista ("clássica"). Contudo, após ler outras obras do autor, hoje essa (o rompimento de uma hier-arquia moral) não me parece ser a preocupação de White. Talvez outra leitura possível do autor seja perceber o quanto a construção desta hierarquia é frágil. Entretanto, ele não sacrifica o projeto universal de composição retórica e poética desde Aristóteles - e os leitores de Aristóteles saberão o quão é importante o componente moral (seja pela reputação do orador/relator, seja pelo "bom" uso que se faz dos recursos linguísticos) para dividir hierarquicamente aqueles que sabem daqueles que não sabem, aqueles de conduta reconhecida na e pela comunidade e aqueles que não pode dizer sobre o que é belo, bom e útil, os que mandam e os que obedecem. O trabalho de White, de certa maneira, parte desta premissa e estabelece uma continuidade aristotélica, crendo que é possível compreender e classificar um autor e uma obra conforme os tropos linguísticos utilizados dentro de uma cadeia bastante limitada, operando como numa espécie de estruturalismo textual que não vê a possibilidade do novo e do fora. <br /><br />Neste sentido, posso responder sua terceira questão. Concordo com o autor que o método utilizado por ele não é determinista, mas também não é totalmente livre. Você escolhe as ferramentas de linguagem dentro de um conjunto já previamente estabelecido pela tradição que é permeada por interesses de todos os tipos (econômicos, sociais, políticos, culturais, etc.). Não acho que seja possível entender um (social e histórico) e depois o outro (linguagem), pois a linguagem é engendrada a partir de posições e jogos de força históricos, mas a linguagem não é meramente o reflexo delas, ela também constroi, justifica, abala e resiste a tais posições. Temos que parar de olhar com inocência para a linguagem, talvez esse sim seja um "ensinamento" do White.<br /><br />São estas pequenas coisas que podem mudar o mundo e a nós mesmos (pelo menos assim acredito). Concordo contigo que não há mudanças apartadas entre o ser o mundo, é concomitante. Porém, o que estou cansado de ver em determinados movimentos sociais é uma tentativa de mudar o mundo (a organização social e política) e endurecer cada vez mais, atacar uma hierarquia defendendo outra, cair no mais do mesmo. Não me parece que a mudança aconteça de cima para baixo, não me parece que é possível construir ou inventar algo realmente novo somente tirando o projeto universal que está em vigor por um outro com cheiro diferente, mas com o mesmo efeito no final. Acreditar nisso é simplemente concordar que os seres humanos são nada mais do que receptores e executores das decisões de um projeto "universalista" previamente traçado. Tentar escapar disso pode ser uma atividade importante para pensarmos e inventarmos a "anarquia", mas esta estará longe das idealizações dos "anarquistas". O novo é imprevisível. Quem realmente quer?<br /><br />Muito obrigado e abraços!Munís Pedrohttps://www.blogger.com/profile/03285772013464968120noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-26028532931771240.post-4959230498468189792013-04-01T06:24:56.963-07:002013-04-01T06:24:56.963-07:00Ótima exposição! Mas tenho três questões baseadas ...Ótima exposição! Mas tenho três questões baseadas no tal debate:<br /><br />"O teórico parece estar mais preocupado com as construções destas verdades como prerrogativas que podem justificar (e justificam) uma hierarquia moral e um projeto universal ao preço da pluralidade de interpretações e de perspectivas da realidade."<br /><br />Concordo que grande parte das tais críticas tenha esse caráter “ressentido”, mas será que o Hayden White não inverte a posição? Ou seja, sacrifica qualquer chance de “projeto universal” e “hierarquia moral” para privilegiar a tal “pluralidade de interpretações e perspectivas”? Não será ilusório querer combater a tal perspectiva retrógrada sem propor algo novo em termos de ordem política que possa substituir um mundo cujas tendências são cada vez mais para a desigualdade e homogeneização cultural? Acredito que “safadeza” anarquista, na teoria e prática, de tentar reunir estes dois caráteres deve ser considerado.<br /><br />“Acima de tudo e o mais importante, as críticas literárias de White podem servir para os historiadores repensarem os usos que fazem da história, propondo antes da transformação do mundo, a transformação de si mesmos e de seus ofícios.”<br /><br />Concordo com quase tudo, exceto o “antes”. Nós não mudamos a nós mesmos, como se fôssemos separados do mundo, mas nós somos efetivamente formandos pelo mundo (e por nós mesmos), assim como interferimos na sua formação (e outros indivíduos), dentro de uma História que herdamos. Há como transformar a nós mesmos sem transformar o mundo, simultaneamente? Ou não? Acredito que os debates anarquistas dão excelente subsídio pra essa questão que não é desenvolvida no texto (e nem poderia ser).<br /><br />“Também não é determinista porque, ao estudar e compreender a linguagem permite ao historiador a escolha livre e consciente das opções para diferentes estratégias de figuração.”<br /><br />Eu entendo que esta seja a perspectiva do Hayden White, mas você concorda com ela? O conhecimento das artimanhas linguísticas do discurso simbólico nos dá a capacidade de uma “escolha livre e consciente das opções para diferentes estratégias de figuração”, mas apenas em condições ideais em que o historiador, já estabelecido em determinada posição, não tem de se preocupar com pressões políticas, culturais, sociais, econômicas. Esse ambiente ideal é possível, epistemologicamente? Esse “lugar social” não é permeado de duros conflitos em torno de problemáticas não-acadêmicas?Anonymousnoreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-26028532931771240.post-69658510736609461732012-06-15T09:30:05.498-07:002012-06-15T09:30:05.498-07:00Pois é Munhoz, esse contexto de pensar diferente t...Pois é Munhoz, esse contexto de pensar diferente também recaí na literatura (alias, acho que em qualquer ciência).<br /><br />Gostei muito da frase:"O encadeamento dos eventos na estrutura da obra – começo, meio e fim; desfechos e viradas – são operações da escolha e da perspectiva do historiador e interferem sobremaneira na composição representativa do passado"<br /><br />Achei isso muito verdade, acabei de receber o resultado de um concurso literário, onde metade das pessoas gostaram e outra não. Eu estava tentando achar uma explicação e este seu artigo me esclareceu.<br /><br />A grande verdade é que as pessoas interpretam conforme sua expectativa. o que na verdade a interpretação deveria ser livre e sem preconceitos.<br /><br />Adorei o artigo!Amadeu Paeshttps://www.blogger.com/profile/17667499702826967881noreply@blogger.com